28 de out. de 2009


01 Cramp your style - All The People (Equipe Black Power - 1976)
02 Waiting at the bus stop - The Kay-gees (Equipe Black Power - 1976)
03 What ever's your sing (pt 1) - Prophecy (Equipe Black Power - 1977)
04 Get up - Brass Construction (Equipe Black Power - 1979)
05 Boogie woogie - Sound Experience (Equipe Dynamic Soul - 1976)
06 Tubular bells - Champs Boys (Equipe Furacão 2000 - 1977)
07 Super soul sisters - Heatwave (Equipe Furacão 2000 - 1977)
08 Night people - Lee Dorsey (Equipe Furacão 2000 - 1978)
09 There was a time - Gene Chandler (Equipe Soul Grand Prix - 1976)
10 Respect - Aretha Franklin (Equipe Soul Grand Prix - 1977)
11 It's all right now - Eddie Harris (Equipe Soul Grand Prix - 1977)
12 Hook and sling - Eddie Bo (Equipe Soul Grand Prix - 1978)
13 Super good pt 1 & 2 - Myra Barnes (Vicki Anderson) (Equipe Soul Grand Prix - 1978)


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O som das equipes
O mundo alucinante do verdadeiro funk

O funk, caracterizado por um segmento musical provindo de uma sonorização imediata da raiz africana, surgiu nos EUA no final dos anos 60, empregando ritmos mais marcados, pesados e com arranjos mais agressivos, seria o irmão mais radical da soul music.

No início dos anos 70, em plena ditadura militar, foram realizados, no Canecão, os primeiros encontros que ficariam conhecidos como bailes funk. Nesses bailes, organizados por Big Boy e Ademir Lemos, reuniam-se todos os domingos cerca de cinco mil pessoas, que esperavam ansiosas para ouvir os principais sucessos cantados por James Brown e Kool and the Gang. Em virtude de algumas restrições impostas pelos diretores da casa, que supostamente passaram a privilegiar artistas da MPB, os bailes foram transferidos para alguns clubes do subúrbio, mesmo gozando de muito sucesso.

Por volta de 1975 é fundada, por Dom Filó, a primeira equipe de som, a Soul Grand Prix, e surgida desta efervescência cultural, desencadeou uma nova fase no funk, apelidada pela imprensa de “Black Rio”. Nas festas promovidas pela Soul Grand Prix - onde se reuniam até quinze mil pessoas num baile comum - havia uma intensa campanha de conscientização feita por meio de slides de personalidades negras e a sinalização positiva da chamada 'Black is Beautiful' (Negro é Lindo). Logo depois foi fundada por Rômulo Costa a mais famosa de todas, a Furacão 2000. Os primeiros bailes eram feitos com vitrolas hi-fi e as equipes foram, aos poucos, crescendo e comprando equipamentos melhores.

A segunda metade da década de 70 também foi marcada pela inserção da indústria fonográfica no universo funk. A Soul Grand Prix foi a pioneira no lançamento de discos de equipe de som, sendo logo seguida por Dynamc Soul, Black Power e Furacão 2000. Porém todo aquele sucesso conquistado com a chegada do funk, não se manteve na mesma direção nos primeiros anos da década de 80. O funk no Rio foi influenciado por um novo ritmo da Flórida, o Miami Bass, que trazia músicas mais erotizadas e batidas mais rápidas. Para os especialistas, o funk carioca não pode ser chamado de funk: é apenas uma derivação do Miami Bass.

Hoje, o “funk” carioca não tem nada a ver com o outro. O Black Rio surgiu das manifestações de auto-estima de uma comunidade, onde seus adeptos, hoje mais velhos, moldaram uma geração consciente. O “funk” carioca, embora tenha surgido de dentro das comunidades, não teve lideranças capazes de elevar a consciência. Sem liderança, ficou fácil a exploração comercial e o cultivo da violência e sexualidade, em especial da mulher. Esqueceram a cabeça e se fixaram no corpo e nas mensagens sem nenhum conteúdo.

O Hip Hop é o filho do 'Movimento Black Rio'. Souberam utilizar o legado da informação, da auto-estima e da formulação do conhecimento, mais fácil hoje de se conseguir com o advento da tecnologia. O Movimento Hip Hop tem consistência suficiente para suprir o que o Movimento Soul iniciou há 30 anos.

Um comentário:

  1. Porra galera demorou essa iniciativa !!! PARABENS !!! to por aqui garimpando! heheheh.... MASSA ! GOSTEI MUITO!!!

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